“PROPOSTA DE IMPLANTAÇÃO DO CONSELEITE-CEARÁ”
Robério Telmo Campos
Doutor em Economia, Prof. Titular do Departamento de Economia
Agrícola da Universidade Federal do Ceará. Pesquisador
do CNPq.
1.Introdução
O
leite situa-se entre os seis produtos mais importantes da agropecuária
brasileira, ficando à frente de produtos tradicionais como
café beneficiado e arroz. O agronegócio do leite
e seus derivados desempenham papel relevante no suprimento de
alimentos e na geração de emprego e renda para a
população. Para cada real de aumento na produção
do sistema agroindustrial do leite, há um crescimento de,
aproximadamente, cinco reais no aumento do Produto Interno Bruto
– PIB, o que coloca o agronegócio do leite à
frente de setores importantes como o da siderurgia e da indústria
têxtil (VILELA, 2003).
Apesar da sua importância, a remuneração da
matéria-prima leite no Brasil vem sendo um tema controverso
entre produtores rurais e indústrias do setor, especialmente
a partir do início dos anos 90’s, após a desregulamentação
do mercado lácteo no País. Neste período,
mudanças estruturais no mercado lácteo brasileiro
também vêm contribuindo para agravar a crise de relacionamento
comercial entre produtores rurais e indústrias que, aliás,
resultaram nos últimos anos na instalação
de várias Comissões Parlamentares de Inquérito
(chamadas de CPI’s do Leite ou CPI’s dos Alimentos)
em vários Estados da Federação para discutir
o assunto. Tais transformações foram motivadas basicamente
pela liberação dos preços dos produtos do
setor, em setembro de 1991, antes controlados pelo Governo. O
segundo fator foi à abertura do mercado brasileiro de produtos
lácteos ao exterior e, por fim, o significativo crescimento
da participação no mercado do leite UHT (leite longa
vida) nas vendas totais de leite fluido ao consumidor final. Dos
três fatores citados, o sucesso do UHT junto ao consumidor
brasileiro teve maior importância na reestruturação
do setor, o que resultou em duas principais conseqüências:
ampliação da área geográfica de comercialização
de leite fluido no Brasil por parte das empresas, que aumentou
significativamente a concorrência entre as empresas na captação
da matéria-prima; e, a necessidade de produção
de matéria-prima de mais baixo custo (com conseqüente
pressão negativa sobre os preços de remuneração
da matéria-prima ao produtor) como forma a manter os preços
do UHT, ao consumidor final, em níveis próximos
ao do leite pasteurizado, vendido em embalagens plásticas
de menor custo (CANZIANI et al., 2003).
Barros et al. (2002) identificaram a existência de um padrão
sazonal estatisticamente significativo para o leite UHT e para
os preços ao produtor. Este resultado contribui para dar
força à hipótese de que os preços
do leite ao produtor no Brasil são formados de cima para
baixo, ou seja, a partir do preço ao consumidor final do
leite fluido descontam-se os custos e margens da indústria
e do varejo sendo a sobra repassada ao produtor, o que pode acontecer
de gerar prejuízos e desestímulos à atividade.
Sob
a óptica da indústria, um fator de entrave é
a escassez do leite (matéria-prima) nesta última
década. Barros et al. (2002) apontam para um elevado déficit
da produção de leite no Brasil. De acordo com Canziani
et al. (2003), “a escassez de matéria-prima leva
a uma acirrada disputa entre as empresas, especialmente pelos
produtores que produzem em maior volume e com maior qualidade.
Esta situação se reflete em significativas diferenças
de preços pagos aos produtores rurais, de acordo com seu
volume de produção. Assim, tendo que disputar matéria-prima
com as outras empresas e, simultaneamente, manter o preço
de aquisição da mesma compatível com o preço
de venda dos derivados, a conduta da indústria tende a
duas alternativas principais: a primeira é reduzir sua
margem de lucro (ou mesmo operar com prejuízo) e a segunda
é, do valor disponível para aquisição
de matéria-prima, discriminar preços entre produtores,
pagando mais aos maiores e menos para os menores. Outra possível
conseqüência desta conduta das empresas é que
em períodos do ano de relativa abundância de matéria-prima
os preços reduzem significativamente ao produtor, dificultando
o planejamento da produção primária e gerando
conflitos cotidianos nas relações comerciais entre
produtores rurais e indústrias” (CANZIANI, et al.,
2003, p.2).
Assim
sendo, diversas tentativas foram feitas na busca de opções
para a remuneração da matéria-prima (leite).
Este projeto, apoiando-se em metodologia desenvolvida para o Estado
do Paraná, tem por objetivo implantar o Conselho Paritário
composto por Produtores e Indústria de Leite do Estado
do Ceará - CONSELEITE-CEARÁ, no intuito de divulgar
valores de referência para servir de base à livre
negociação da matéria-prima (leite) neste
Estado.
2. Objetivo
O objetivo geral do CONSELEITE-CEARÁ é determinar
e divulgar preços de referência para a matéria-prima
leite segundo parâmetros de qualidade e volume, a partir
dos preços de comercialização dos derivados,
praticados pelas empresas participantes.
3. Metodologia
A
base do modelo de autogestão para a determinação
de preços de referência para a matéria-prima
(leite) é um conselho paritário formado por produtores
rurais de leite e indústrias de laticínios e derivados
de leite, denominado CONSELEITE-CEARÁ.
A
adesão das empresas é voluntária. Um terceiro
membro do Conselho é a Universidade, sem direito a voto,
a quem cabe a coordenação dos trabalhos técnicos.
A metodologia para o cálculo dos preços de referência
será definida e aprovada pelo CONSELEITE e a UFC, que por
termo de convênio, esta última realiza o levantamento
de preços junto às empresas. O CONSELEITE é
regido por Estatuto, Regulamentos e Normas Operacionais –
documentos públicos que contêm todos os critérios,
parâmetros e procedimentos, aprovados pelo Conselho. O CONSELEITE
aprova e divulgam resoluções contendo os preços
médios mensais de comercialização dos derivados,
o mix de comercialização dos derivados e os preços
de referência para a matéria-prima. Nas resoluções
mensais, sempre constam os valores finais do mês anterior
e valores projetados para o mês corrente.
3.1
Estrutura do modelo
Os
preços de referência são calculados a partir
dos preços de venda dos derivados de leite pelas empresas
participantes do CONSELEITE, levando-se em consideração
um conjunto de outras variáveis, quais sejam: custo de
produção da matéria-prima (leite); custo
industrial de fabricação e de comercialização
dos derivados; participação da matéria-prima
no custo total (agrícola e industrial); rendimentos industriais;
parâmetros de qualidade e volume de um leite considerado
padrão e escalas de ágio e deságio de preços
para a matéria-prima (leite) classificada como abaixo e
acima do padrão; preços médios mensais de
comercialização dos derivados pelas empresas e mix
mensal de comercialização em produto final e em
equivalente leite do conjunto das empresas participantes. Os preços
e os volumes das vendas serão acompanhados regularmente
pela UFC. As demais variáveis são determinadas inicialmente
e revistas conforme periodicidade definida pelo Conselho. Estes
e outros detalhes metodológicos podem ser encontrados em
Canziani et al. (2003) e Conseleite-Paraná (2003).
4.
Estratégia de Ação
A
coordenação e execução do CONSELEITE-CEARÁ
ficará a cargo da Federação da Agricultura
e Pecuária do Estado do Ceará – FAEC, representada
pelo Sindicato dos Produtores de Leite, da Federação
das Indústrias do Estado do Ceará – FIEC,
através da Indústria de Laticínios do Estado
do Ceará, e da Universidade Federal do Ceará (UFC)
qualificada pelo Departamento de Economia Agrícola(DEA)
do Centro de Ciências Agrárias(CCA). A
coordenação da Câmara Técnica e Econômica
(CAMATEC) é de atribuição da UFC, sendo representada
pelo Coordenador ou Vice-coordenador do Termo de Convênio
e Cooperação Técnica celebrado entre FAEC/FIEC/UFC.
Assim
sendo, os preços de referência são calculados
pela UFC conforme metodologia definida e aprovada pelo Conselho.
Para se calcular o preço de referência, deve-se antes
de tudo efetuar uma pesquisa ao nível de produtor de leite
(matéria-prima) e em nível de indústria de
laticínios objetivando determinar o custo médio
de produção e os custos de fabricação/
comercialização do leite e seus derivados, respectivamente.
Com base nesse dado o CONSELEITE-CEARÁ deverá divulgar
o preço de referência final do mês anterior
até o dia 15 de cada mês seguinte, assim como divulgar
o preço de referência projetado para esse último
mês em curso.
De
posse dessas informações, o produtor se beneficia
no sentido de ter acesso a parâmetros técnicos e
econômicos, definidos por um conselho paritário,
que servem de referência para a negociação
de sua produção de leite com a indústria
ao longo do tempo, permitindo uma justa remuneração
para a sua produção.
A
indústria é beneficiada sob o ponto de vista de
obter maior facilidade no processo de negociação
com os produtores para a compra do leite, pois com base em critérios
técnicos e econômicos de conhecimento público
e definido por um conselho paritário, pode evitar a instabilidade
de fornecimento da matéria-prima que, em geral, surge em
decorrência da falta de transparência na definição
de preços que acarreta conflitos cotidianos inerentes ao
processo de compra da matéria-prima.
5 Bibliografia
BARROS, G.S.A.C.; GALAN, V. B.; GUIMARÃES, V.D.A.; BACCHI,
M. R. P. Sistema agroindustrial do leite no Brasil. Brasília:
Embrapa, 2002. 170 p.
CANZIANI,
J. R. et al.. Conseleite-Paraná: um modelo de autogestão,
de produtores rurais e indústria, para determinação
de preços de referência para o pagamento da matéria-prima
leite no Estado do Paraná. In: CONGRESSO BRASILEIRO DE
ECONOMIA E SOCIOLOGIA RURAL, 41, 2003, Juiz de Fora-MG. Anais...
Brasília: SOBER, 2003. 1 CD-ROM.
CONSELEITE
– PARANÁ. Manual do Conseleite-Paraná. Curitiba:
FAEP, 2003a. 110p.
CONSELEITE–PARANÁ.Resoluções,
Curitiba, 2003b. http://www.faep.com.br/conseleite.
VILELA,
D. Leite: bom para a saúde e melhor ainda para a economia
do Brasil. Juiz de Fora: EMBRAPA/CNPGL, 2003.
Tecnologia de leite e Produtos
Derivados
Prof. Antonio Cláudio Lima Guimarães
DETAL/CCA/UFC

LEITE
I – INTRODUÇÃO
O leite é um dos produtos naturais mais valiosos e, desde
milênios, considerado um dos constituintes fundamentais
da alimentação humana. Por outro lado, é
um produto complexo que exige uma tecnologia bastante elaborada
para ser transformado nos seus múltiplos derivados. A tecnologia
do leite engloba o conhecimento teórico e prático
e o domínio científico dos procedimentos aplicados
no tratamento do leite e na sua transformação em
derivados lácteos. Estes procedimentos têm sofrido
uma constante evolução ao longo da história
em função da diversificação constante
dos produtos lácteos, do aperfeiçoamento dos equipamentos
e da melhoria das instalações industriais.
Os avanços científicos têm proporcionado cada
vez mais a aplicação da tecnologia de ponta como
a microeletrônica e a biotecnologia à indústria
do leite. Mas os fatores determinantes para o desenvolvimento
futuro da industria láctea são a demanda e as necessidades
dos consumidores. Deste modo as tendências atuais da industria
de laticínios são as seguintes:
a) A melhoria da capacidade de conservação dos produtos
lácteos pela intensificação do uso de procedimentos
UHT (Ultra High Temperature) e o envase asséptico em detrimento
das técnicas de refrigeração durante a armazenagem
e distribuição;
b) O incremento do uso de computadores no controle de processos
e aplicação dos conhecimentos de biotecnologia nos
processo fermentativos lácteos;
c) a utilização freqüente da técnica
de separação por membranas;
d) o aproveitamento integral de todos os componentes do leite,
substituindo a sua utilização em produtos novos
pelo uso de proteínas e gorduras vegetais de menor custo
e maior conteúdo energético;
e) a redução do consumo de energia e água
e reutilização destes fatores de produção;
f) a utilização de microrganismos melhorados geneticamente
como garantia de uma melhor uniformidade e controle dos processos
fermentativos e maior resistência à contaminação;
g) a aplicação de enzimas específicas para
acelerar os processos bioquímicos de melhoramento sensorial
dos produtos lácteos.
A
boa condução destes processos depende da habilidade
e da formação adequada de operários, técnicos
e Engenheiros de Alimentos, de modo que lhes permita:
a) Direcionar os processo físicos, químicos e microbiológicos
empregados nos vários tratamentos e transformações
do leite para a produção de derivados;
b) Controlar
satisfatoriamente o acondicionamento, armazenamento e distribuição
dos produtos, obedecendo à legislação vigente;
c) Garantir um funcionamento satisfatório dos equipamentos
e conservar adequadamente as instalações industriais
através de programas eficientes de manutenção
preventiva;
d) Controlar eficientemente a produção, aproveitando
todo o potencial dos materiais utilizados, reduzindo custos e
primando pela qualidade;
e) Observar rigorosamente as normas de higiene e segurança
do trabalho.
Com
base nestes princípios é que discutiremos, embora
que de modo simplificado, os aspectos de maior importância
que permitem aos técnicos obter fundamentos da tecnologia
do leite.
II
– DEFINIÇÕES
a)
Produto segregado pelas glândulas mamárias de fêmeas
das espécies mamíferas no período de lactação,
contendo todos os nutrientes necessários ao desenvolvimento
do recém-nascido;
b) Líquido de cor branca ou ligeiramente amarelado, opaco,
de odor suave e gosto adocicado;
c) Produto íntegro obtido de uma ou mais ordenhas higiênicas
de uma ou mais fêmeas leiteiras em bom estado de saúde,
não cansadas, bem nutridas, recolhido de forma ideal e
sem colostro;
d) Emulsão natural e perfeita na qual os glóbulos
de gordura são mantidos em suspensão em uma solução
salino-açucarada graças à presença
de substâncias protéicas em estado coloidal.
Observação: quando nos referimos especificamente
a leite sem mencionar a origem, estamos tratando de “leite
de vaca”. Os leites de outras espécies são
denominados comercialmente acrescentando-se à palavra “leite”
a denominação da espécie que o origina. Exemplo:
Leite de Cabra, Leite de Búfala, etc.
III
– ASPECTOS GERAIS E CARACTERÍSTICAS NUTRICIONAIS
O
leite é um alimento básico para as crianças
e um complemento indispensável à dieta dos adultos.
É o alimento natural mais completo. Pode ser considerado
como um alimento que cobre todas as necessidades nutritivas do
ser humano. Contém todos os nutrientes básicos e
biocatalizadores necessários à manutenção
e desenvolvimento das funções vitais.
Um litro
de leite cobre as necessidades nutricionais diárias de
uma pessoa na seguinte proporção:
Componentes |
Absorção |
Cálcio |
100% |
Fósforo |
67% |
Vitamina A |
90% |
Vitamina B1 |
27% |
Vitamina B2 |
66% |
Vitamina C |
19% |
Ferro |
03% |
Proteína |
49% |
Energia |
20% |
Tabela 1. Relação de absorção dos
componentes presentes no leite pelo organismo humano.
O
leite é um alimento de digestão muito fácil.
Seu coeficiente de digestibilidade é de 0.97, em média.
É bastante rico em aminoácidos essenciais. A degradação
lenta da lactose permite que parte dela chegue intacta ao intestino,
onde é transformada em ácido láctico diminuindo
o pH intestinal e, conseqüentemente, o número de bactérias
putrefativas, possibilitando uma melhor absorção
de cálcio e vitamina D.
É um produto altamente perecível, cuja conservação
é praticamente impossível sem intervenção
tecnológica, devido a sua riqueza em princípios
nutritivos, os quais se encontram em estado praticamente assimilável.
Absorve facilmente os odores do ambiente. Quando exposto à
luz, adquire sabor estranho e apresenta diminuição
do valor nutricional (destruição do beta-caroteno).
O melhor leite é o que, obtido higienicamente, provém
de vacas sãs, se acha livre de impurezas, não contem
germes patogênicos, é refrigerado imediatamente após
a ordenha e entregue ao consumo ou à industrialização
no mais curto prazo.
IV
– COMPOSIÇÃO QUÍMICA
O
leite é uma mistura complexa, forma ao mesmo tempo uma
solução verdadeira, representada pelos sais minerais
e a lactose, uma dispersão coloidal, constituída
pelas proteínas, e uma emulsão, envolvendo a gordura
e os pigmentos lipossolúveis.
De um modo geral, a composição do leite é
a mesma, seja qual for à origem, entretanto a porcentagem
de cada um dos componentes varia muito. Esta variação
é uma função das necessidades do recém-nascido,
sendo verificada ao longo dos aproximadamente 300 dias que duram
o período de lactação.
Tabela 2. Composição centesimal média do
leite de vaca.
CONSTITUINTE |
TEOR%
(m/m) |
VARIAÇÃO%
(m/m) |
Água |
87,3 |
85,5 - 88,7 |
Extrato
Seco Desengordurado |
8,80 |
7,9
- 10,0 |
Gordura |
3,90
|
2,4
- 5,5 |
Lactose |
4,60
|
3,8
- 5,3 |
Proteínas |
3,25 |
2,30
- 4,40 |
Substâncias
Minerais |
0,65 |
0,53
- 0,80 |
PRINCIPAIS
COMPONENTES:
a) Água: é o componente principal, cuja função
essencial é atuar como solvente dos demais componentes.
Entra, em média, na percentagem de 87,30%, influindo sensivelmente
na densidade do leite.
b) Extrato Seco Total (EST): corresponde a, aproximadamente, 12,5%.
É constituída dos seguintes componentes:
b.1) Matéria Gorda (Gb): é o componente mais variável
e de maior valor comercial. Varia de 2,4 a 5,5%, com média
de 3,9%.
Encontra-se na forma de glóbulos gordurosos de forma esférica
cujas dimensões variam de 2,5 a 5,0 ?m. cada glóbulo
é constituído de um núcleo formado por triglicerídeos
(95-96%), com elevado conteúdo de ácidos graxos
de baixo peso molecular, e um envoltório, a membrana –
formada por triglicerídeos de peso molecular mais elevado,
fosfolipídeos (0,8-1,0%), colesterol (0,2-0,4%), vitaminas,
globulinas e sais. Por ser menos densa que a água, a gordura
flutua quando o leite está em repouso, constituindo a nata-creme,
que pode ser facilmente separa por centrifugação
(desnate).
b.2) Extrato Seco Desengordurado (ESD): corresponde cerca de 8,8%,
sendo constituída por:
i) Proteínas: dispersas no soro do leite na forma de partículas
de tamanhos variados denominados micelas e apresentam-se como
sais de cálcio, de caseína principalmente. O conteúdo
protéico do leite representa de 2,3 a 4,4% do leite e está
representado pelas caseínas, albuminas e globulinas.
i.1) Caseína: é o componente protéico majoritário,
correspondendo a 80% do total. É o principal componente
dos queijos e coalhadas. É uma fosfoproteína que
forma sais estáveis com o cálcio (fosfocaseinato
de cálcio), podendo coagular por fermentação
natural, por ação das enzimas do coalho e por ação
de ácidos, quando atinge o seu ponto isoelétrico.
i.2) Albumina: também chamada lactoalbumina. Corresponde
de 16 a 18% do conteúdo protéico do leite. É
perfeitamente solúvel em água e não coagula
pela ação enzimática do coalho, permanecendo
no soro dos queijos. Coagula por ação do calor e
de ácidos, formando a película do leite após
o cozimento.
i.3)
Globulinas: são proteínas séricas e correspondem
de 2,0 a 4,0% do conteúdo protéico do leite e são
formadas principalmente pelas euglobulinas e pseudoglobulinas.
ii)
Lactose: é o açúcar do leite. Embora apresente
um grau de doçura inferior (30% da sacarose) confere sabor
adocicado ao leite. É um dissacarídeo formado pela
união de uma molécula de glicose e uma de galactose.
Tem papel muito importante nos processos fermentativos, pois é
o substrato das bactérias láticas que a transforma
em ácido lático. Pode ser obtida do soro por centrifugação.
iii) Sais Minerais: estão presentes em pequenas quantidades
e, no sentido mais restrito, correspondem aos cátions metálicos
e ânions orgânicos e inorgânicos. Dentre os
macroelementos (presentes em maior quantidade) destacam-se: Na+,
K+, Ca+2, Mg+2, Cl-, PO4-3, SO4-2, HCO3- e citratos. E entre os
elementos traços (presentes em pequenas quantidades) temos:
Fe+3, Co+2, Sn+2, Zn+2, Cu+2, Mn+2, F-, Br-, I-, B, Si e Se. O
conteúdo de sais no leite é bastante alterado nos
processos infecciosos do úbere.
FATORES
QUE INFLUENCIAM NA COMPOSIÇÃO QUÍMICA DO
LEITE:
De um modo geral, estes fatores afetam mais o teor de gordura
do que o teor de Sólidos Não-Gordurosos.
a)
Espécie:
Tabela
3. Variação da composição química
do leite segundo espécies mamíferas.
Espécie |
Proteína
(%) |
Gordura
(%) |
Lactose
(%) |
Sais
Minerais
(%)
|
EST
(%) |
Cálcio
(%) |
Calorias
(kcal) |
Humana |
1,5 |
2,2 |
7,0 |
0,2 |
10,9 |
0,03 |
73 |
Vaca |
3,2 |
3,8 |
4,9 |
0,7 |
12,6 |
0,11 |
62 |
Cabra |
3,0 |
3,4 |
4,8 |
0,7 |
11,9 |
0,13 |
71 |
Ovelha |
6,1 |
8,5 |
4,2 |
0,9 |
19,7 |
0,20 |
117 |
Búfala |
5,9 |
9,0 |
4,2 |
0,9 |
20,0 |
0,19 |
121 |
Égua |
2,2 |
6,0 |
6,0 |
0,6 |
14,8 |
0,09 |
47 |
Camela |
3,7 |
4,2 |
4,1 |
-- |
-- |
-- |
70 |
Jumenta |
1,7 |
1,6 |
5,8 |
0,5 |
9,3 |
-- |
44 |
b) Raça:
Tabela
4. Relação da composição segundo raças
bovinas.
Componentes |
Holandesa |
Jersey |
Guernesey |
Gordura(%) |
3,40 |
5,05 |
5,03 |
Proteína
(%) |
3,30 |
3,79 |
3,89 |
Lactose
(%) |
4,89 |
5,00 |
4,87 |
Sais
Minerais (%) |
0,67 |
0,70 |
0,74 |
EST
(%) |
12,26 |
15,54 |
14,63 |
Água
(%) |
87,54 |
85,46 |
85,37 |
c)
Número de parições: o teor de gordura aumenta
da 1ª à 3ª parição, mantém-se
constante entre a 3ª e a 8ª, e sofre um declínio
após a 8ª parição.
d)
Variações Climáticas: de acordo com o clima
ocorre uma variação tanto na quantidade de leite,
como também no teor de gordura. Assim, nos climas frios,
a tendência é que a produção de leite
aumente, mas seu teor de gordura diminua, devido à maior
necessidade de energia dispendida pelo animal para estabelecer
o equilíbrio térmico. Já nos climas quentes,
a produção de leite cai, porém, o leite produzido
é mais rico em gordura.
e)
Alimentação: quando a alimentação
é excessiva ocorre variação da gordura em
função da quantidade de ácidos graxos ingeridos,
mas quando a alimentação é deficiente a produção
de leite é afetada.
Obs: A ingestão de contaminantes tóxicos ou nocivos
como micotoxinas, pesticidas, substâncias radioativas e
antibióticos, podem vir a ser eliminadas no leite constituindo-se
um problema de saúde pública.
f)
Infecções do úbere: provocam um aumento da
quantidade de proteínas, principalmente globulinas e albuminas,
e o teor de sais.Os demais componentes sofrem um decréscimo.
V
– COLOSTRO
Constitui
a secreção das glândulas mamárias nos
primeiros dias após o parto apresentando características
bastante diferentes do leite normal (composição,
odor, sabor e aparência). Esta diferença é
máxima nas primeiras horas e praticamente desaparece no
5º dia. Apresenta alta percentagem de imunoglobinas provenientes
do sangue visando dar imunidade ao recém-nascido.
Para fins comerciais, o leite só é considerado normal
após o 10º dia, uma vez que traz problemas tecnológicos
durante o tratamento térmico devido à instabilidade
protéica.
Tabela 5. Variação da composição do
leite da vaca (%).
|
Caseína |
Globulinas |
Gordura |
Lactose |
Sais |
E.S.T. |
Após
o parto |
5,00 |
11,07 |
6,55 |
2,90 |
1,22 |
26,74 |
Após
10 dias |
2,62 |
0,68 |
3,57 |
3,57 |
0,82 |
12,61 |
VI
– LEITE DE RETENÇÃO
É
o leite secretado 2 a 5 semanas imediatamente anterior ao parto.
É um leite de características alteradas, apresentando
um alto teor salino. É também impróprio para
o consumo humano.
VII
– FORMAÇÃO E SECREÇÃO DO LEITE
As
quatro glândulas mamárias da vaca encontram-se juntas,
originando uma estrutura semi-esférica situada entre os
membros posteriores do animal, que recebe o nome de úbere.
O úbere divide-se em quatro “quartos” e cada
um constitui uma glândula mamária independente, sendo
formada por um mamilo (ou teta) por onde é retirado o leite.
A divisão ocorre por meio de duas membranas, dispostas
como duas cortinas: uma em sentido longitudinal, que divide o
úbere em duas metades além de ajudar em sua fixação;
e outra em sentido transversal, que divide cada metade do úbere
em dois quartos. Cada quarto drena o leite para sua própria
teta.
Um quarto apresenta uma cavidade com capacidade para meio litro
de leite, denominada cisterna do úbere, onde desembocam
os canais lactíferos (8 a 12) que transportam o leite produzido
nas células secretoras, as quais constituem o tecido glandular
do úbere.
O principal elemento da estrutura do úbere é o alvéolo,
que é uma formação esferoidal oca de 0,1
a 0,25mm, cujo revestimento interno é formado pelas células
secretoras justapostas que secretam o leite para o interior do
alvéolo. Os alvéolos são circundados por
uma rede de vasos capilares sanguíneos e fibras musculares
que se contraem quando estimuladas liberando o leite acumulado
no interior do alvéolo. O leite liberado do alvéolo
segue por meio de canais galactóforos inicialmente finíssimos
que se ramificam e alargam posteriormente. A união de vários
alvéolos gera um lóbulo, cujo canal condutor de
leite une-se aos seus outros lóbulos formando um sistema
complexo de condutos que desembocam na cisterna do úbere.
A formação do leite no interior das células
secretoras parece ser resultante da combinação de
dois processos: a filtração dos constituintes da
corrente sanguínea e o metabolismo celular ocasionando
a síntese e degradação de compostos. Desta
forma os aminoácidos, glicose e ácidos graxos filtrados
do sangue para o interior das células secretoras são
transformados em proteínas, lactose e gordura respectivamente.
Outros constituintes como água, vitaminas e sais passam
direto sem sofrer alterações. Para a formação
de um litro de leite é requerida a filtração
de 400 litros de sangue.
À
medida que o leite vai se formando, a célula secretora
vai aumentando de tamanho até o ponto que descarrega o
leite na cavidade central do alvéolo. Esta descarga ocorre
por rompimento da célula (gerando um leite mais rico em
gordura) ou por difusão através da membrana (gerando
um leite mais magro).
MECANISMO
DE DESCIDA DO LEITE
Num úbere cheio, apenas uma pequena proporção
do leite formado acha-se nas cisternas e ductos de maior diâmetro,
ou seja, no ponto de ser extraído. O restante se encontra
na zona dos alvéolos e só será extraído
através de uma participação ativa e indispensável
da vaca, proporcionando o fenômeno conhecido como “descida
do leite”.
Esta ejeção do leite da zona dos alvéolos
para as cisternas ocorre através de uma ação
complexa que envolve: um estímulo nervoso (provocado pela
lavagem, massagem do úbere, o ato de mamar do bezerro),
um hormônio (a ocitocina, segregada pela hipófise),
o sangue (que leva o hormônio ao úbere) e a contração
das fibras musculares dos alvéolos (provocada pelo hormônio),
originando a descida do leite dos alvéolos para os ductos
e cisternas.
A ação da ocitocina poderá ser neutralizada
pela adrenalina gerando o fenômeno conhecido como “retenção
do leite” provocado pro um estímulo doloroso, susto
ou excitação indesejada.
VIII
– PROPRIEDADES FÍSICO-QUÍMICAS DO LEITE
GRAU
E DISTRIBUIÇÃO E ESTADO DE DISSOLUÇÃO
O leite constitui um sistema polidisperso, já que seus
componentes encontram-se na forma de partículas de diferentes
tamanhos, com diferentes graus de dispersão, dissolvidos
na água. Vejamos:
- Quando congelada, a caseína forma um sistema de partículas
genericamente dispersas (suspensão), com tamanho médio
de 0,1mm, sendo visualizados perfeitamente a olho nu.
- Os glóbulos de gordura, cujo diâmetro médio
é de aproximadamente 4?m, formam uma emulsão, e
são visualizados facilmente por meios óticos.
- A caseína não congelada e as proteínas
do soro de uma dispersão coloidal, cujas partículas
medem entre 1 e 500nm, sendo retiradas apenas através de
ultrafiltração.
- A lactose e os sais do leite encontram-se na forma de soluções
verdadeiras, cujas partículas não são visíveis
e são transparentes.
DENSIDADE
Dependendo da natureza e da quantidade de partículas em
emulsão, dispersão coloidal ou solução
verdadeira presentes no leite, varia entre 1.028,0 a 1.034,0 g/L.
Um incremento no teor de gordura provoca uma diminuição
da densidade, já um aumento no teor de lactose, proteínas
ou sais minerais, acarreta uma elevação da mesma,
à medida da densidade sofre influência da temperatura.
A
densidade é medida através de uma termolactodensímetro
(areômetro provido de uma escala de densidade e na parte
superior um termômetro) e tem importância tecnológica
para a determinação do peso de leite cru para investigar
uma possível adulteração (adição
de água ou de conservantes) e na padronização
automática do teor de gordura. É um dado importante
para determinação do extrato seco total (EST) utilizando
a fórmula de Fleischmann ou Disco de Acherman.
PONTO DE EBULIÇÃO E PONTO DE CONGELAMENTO
O ponto de ebulição do leite é ligeiramente
superior ao da água pura (100,2°C) devido aos sais
e lactose dissolvidos.
O ponto de congelamento do leite é uma das propriedades
de maior constância do leite. Oscila entre –0,530°
e –0,550°H. por esta razão recorre-se a este
índice para comprovar a adulteração do leite
por adição de água. A determinação
recebe o nome de índice crioscópico.
pH
E ACIDEZ TITULÁVEL
O pH do leite recém-ordenhado de uma vaca sã oscila
entre 6,4 e 6,7. Nestas circunstâncias o pH do leite é
bastante constante devido ao efeito tamponante dos ácidos
orgânicos não dissociados com seus respectivos sais.
Um aumento no valor de pH indica possibilidade de mastite, já
valores inferiores apontam para a presença de colostro
ou aumento da atividade microbiana. A medida é feita através
de um potenciômetro.
Quanto à acidez, esta ocorre originalmente no leite devido
aos fosfatos ácidos, ao ácido cítrico, às
proteínas e, principalmente, ao CO2 dissolvido. Oscila
na faixa de 13 a 15°D (graus Dornic) sendo denominada ACIDEZ
ORIGINAL.
Esta acidez tende a aumentar durante o transporte e estocagem
por ação das bactérias, sobretudo as bactérias
láticas que transformam a lactose em ácido lático.
Ao ser submetido aos tratamentos específicos na usina,
esta acidez, denominada ACIDEZ PROGRESSIVA, não deve exceder
20°D, ou seja, 2,0 g/L de ácido lático.
A determinação é feita por volumetria de
neutralização utilizando-se como agente titulante
uma solução N/9 de NaOH (solução Dornic)
usando solução alcoólica de fenolftaleína
a 1% como indicador. Desta forma, tem-se a seguinte relação:
1°D = 0,1g de ácido lático ? que corresponde
a um gasto de 0,1 mol de solução de NaOH N/9 ao
titularmos uma amostra de 10 ml de leite.
IX
- ASPECTOS MICROBIOLÓGICOS DO LEITE
Exatamente
devido ao seu excepcional valor nutritivo, que é garantido
pelos seus constituintes, o leite constitui-se em um excelente
meio para o crescimento de muitos microrganismos.
Desde
que o animal esteja sadio, o leite formado e confinado no úbere
é praticamente estéril, mas contamina-se a partir
da ordenha. Desde que seja bem conduzida, a carga microbiana inicial
poderá ser controlada e a qualidade do leite poderá
ser mantida.
Se os cuidados higiênicos que devem acompanhar a ordenha
e o manuseio posterior do leite até a chagada à
plataforma de recepção da usina não forem
mantidos, esta carga microbiana toma proporções
preocupantes. Desta forma o conhecimento da carga microbiana inicial
do leite é importante, pois permite:
a) Julgar a qualidade sanitária e condições
de obtenção;
b) Prevenir diversas alterações que poderão
ocorrer degradando a qualidade do leite;
c) Tomar precauções para diminuir o grau de contaminação
geral ou eliminar os microrganismos patogênicos.
As fontes potenciais de contaminação do leite são
o estado de saúde do animal, o ambiente de ordenha, os
equipamentos e utensílios, e o pessoal envolvido na ordenha.
O conteúdo inicial de microrganismos no leite colhido em
condições higiênicas adequadas está
entre 100 e 1000 germes/ml, porém este número é
elevado a algumas dezenas de milhões pela insuficiência
da higienização do animal, equipamentos, utensílios
e ordenhadores.
Se o leite for mantido na temperatura a qual sai do úbere,
a carga microbiana inicial dobra entre 20 a 40 minutos, daí
a necessidade de resfriá-lo imediatamente após a
ordenha.
TIPOS
DE MICRORGANISMOS COMPONENTES
a) TIPOS BIOQUÍMICOS: responsáveis por modificações
bioquímicas do leite, das quais depende sua qualidade agrupando-se
da seguinte maneira:
i) Microrganismos produtores de ácidos
Neste grupo estão incluídos as principais bactérias
láticas pertencentes aos gêneros Streptococcus e
Lactobacillus, responsáveis pela fermentação
normal do leite, que se caracteriza pelo aparecimento de um sabor
azedo nítido no leite, resultante da transformação
da lactose em ácido lático.
O gênero Streptococcus, representado pelas espécies
S. lactis, S. cremoris e S. thermophillus são provenientes
dos utensílios, forragens e instalações podendo
ser homofermentativos (produzindo apenas ácido lático)
ou heterofermentativos (produzindo ácido lático,
acético, álcool etílico e CO2).
O gênero Lactobacillus, representado pelas espécies
L. casei, L. plantarum, L. brevis e L. fermentum são provenientes
de rações, forragens e esterco, podendo ser hetero
ou homofermentativos.
Integram este grupo, certas bactérias do genero Mycobacterium
(M. lactium) e do gênero Coliforme (Escherichia coli, Enterobacter
aerogenes) oriundos de utensílios, estercos, solos, instalações
e águas poluídas. São heterofermentadores.
ii) Microrganismos produtores de gás
Grupo constituído por certas espécies do genero
Micrococcus (M. lutens, M. varians, M. freudenreichii), grupo
coliforme do gênero Clostridium (C. butiricum) e certas
espécies de leveduras como as do genero Torula (T. cremoris).
iii) Microrganismos produtores de fermentação viscosa
Neste grupo estão alguns microrganismos dos gêneros
Alcaligenes (A.viscolatis), Enterobacter (E. aerogenes) e Streptococcus
(S. cremoris) que sintetizam materiais viscosos originando o encapsulamento
da bactéria.
iv) Microrganismos proteolíticos
Este grupo provém do solo, das águas e dos utensílios
caracterizando-se por degradarem a caseína, peptídeos
e aminoácidos que conferem um sabor e odor anormais ao
leite e às vezes até modificando sua cor. Inclui-se
neste grupo os gêneros Bacillus (B. ssp, B. subtilis, B.
cereus), Pseudomonas (P. ssp) e Streptococcus (S. lignecfaciens).
v) Microrganismos lipolíticos
São também provenientes do solo, águas e
utensílios. Caracterizam-se por hidrolisarem a gordura
do leite gerando ácidos graxos livres e produtos da degradação
deste, conferindo sabor e odor de ranço os quais destacam-se:
Bacillus subtilis, Pseudomonas fluorescens; bactérias do
genero Achromobacter (A.lipolyticum) e outros gêneros de
fungos filamentosos: Penicillium (P. ssp) e fungos leveduriformes:
Candida (C. lipolytica).
b)
TIPOS TÉRMICOS: coletivamente podem ser agrupados em quatro
tipos de acordo com suas temperaturas ótimas de crescimentos
e resistência térmica.
i) Psicrófilas:
Proliferam-se em baixas temperaturas predominando nos leites conservados
entre 1 e 10ºC, provocando aumento de viscosidade, coagulação
doce, proteólise, etc. Ex: Achromobacter, Flavobacterium,
Pseudomonas e Alcaligenes.
ii) Mesófilas:
Reproduz-se em temperaturas intermediárias (10 a 37ºC)
com grande velocidade, provocando acidificação do
leite e alterações de sabor, além de formarem
gás. Ex: Bactérias láticas e Coliformes.
iii) Termófilas:
Crescem em temperaturas mais elevadas, com grande velocidade sobrevivendo
à pasteurização lenta. Ex.: Bacillus coagulans,
Bacillus stearothermophillus.
iv) Termodúricas:
Geralmente sobrevivem à pasteurização, mas
não crescem nessa temperatura, trazendo grandes problemas
aos pasteurizadores e aos seus acessórios, contaminando-os
durante a pasteurização deficiente.
Constituem uma fonte expressiva de contaminação
de lotes a serem processados posteriormente. Ex.: Mycobacterium
lactium, Bacillus subtilis, Streptococcus thermophilus.
c)
TIPOS PATOGÊNICOS: podem ser veiculados ao leite através
da vaca ou do manipulador e são responsáveis pela
transmissão de doenças. Ex: Mycobacterium tuberculosis
(tuberculose), Brucella melitensis (brucelose – febre de
Malta), Streptococcus mastitis (mastite contagiosa).
Da mesma forma que certos microrganismos provocam alterações
indesejáveis no leite, outros originam importantes produtos
da dieta humana como: leites fermentados, manteiga e os vários
tipos de queijo.
X
– OBTENÇÃO HIGIÊNICA DO LEITE
Objetiva
reduzir ao máximo a carga microbiana do leite, bem como
minimizar o crescimento da população microbiana
já existente.
Os cuidados devem ser iniciados pela ordenha, que sendo uma operação
delicada, deve ser conduzida com todo o rigor higiênico
e com habilidade a fim de proporcionar a retirada da maior quantidade
possível do leite.
Quando se pratica a ordenha manual, o leite deve ser recolhido
em vasilhames apropriados e observados os devidos procedimentos
higiênicos:
- Limpeza rigorosa do animal, ordenhador e utensílios de
ordenha;
- Recolhimento dos primeiros jatos de cada teta em caneca de fundo
escuro para certificação da ausência de mastite
e posterior descarte do leite.
- Ordenhar em ambiente limpo (de preferência numa sala de
ordenha).
Em se tratando de ordenha mecânica, no qual o leite é
succionado por meio de aparelhagem apropriada conectada ás
tetas, deve-se observar se os mesmos cuidados higiênicos
para o animal e o ordenhador, para o local de ordenha e principalmente
para a ordenhadeira, que deve ser rigorosamente desinfectada antes
do início do processo e entre a ordenha de uma vaca e outra.
Uma vez obtido, o leite deverá ser preferencialmente filtrado
e resfriado de modo a atingir uma temperatura de 7ºC. Esta
prática permite um controle bastante efetivo do aumento
da população microbiana inicial, visto que os microrganismos
se encontram na fase de latência.
No caso de ser transportado para longas distâncias ou armazenado
por tempo mais prolongado, a temperatura deve ficar entre 2 e
5ºC a fim de tornar o desenvolvimento microbiano o mais discreto
possível.
Durante a estocagem sob refrigeração é inibido
o crescimento das bactérias mesófilas, porém
as baterias psicrófilas produtoras de lipases e proteases
continuam se desenvolvendo e poderão alterar a qualidade
do produto.
METODOS
DE CONTROLE DE HIGIENE DO LEITE
A metodologia aplicada na plataforma industrial para verificar
a qualidade higiênica do leite que chega ao processamento,
bem como fornecer dados ao produtor que permitam estabelecer um
controle mais efetivo da produção, com garantia
de qualidade, deve caracterizar-se por ser adequada, segura, rápida
e precisa.
Estes testes são efetuados por ocasião da recepção
oficial do leite cru na unidade de processamento, com os seguintes
propósitos:
- Comprovar a aptidão do leite ao processamento;
- Impedir a recepção do leite com alterações
organolépticas.
Principais
testes rápidos:
a) Teste Sensorial: feito no momento em que o leite chega. Consiste
numa apreciação do odor e observação
visual.
b) Teste do Alizarol: avalia a resistência térmica
do leite à temperatura de pasteurização e
estimar o pH do leite.
Diante da suspeita de qualquer alteração procedem-se
análises mais específicas como: Pesquisa de Sangue,
Pus, Catalase, Redutase, Acidez, EST, ESD, Índice Crioscópico,
Densidade e Teor de Gordura.
XI
– TRATAMENTOS DO LEITE:
É
o conjunto de processos e operações que prolongam
a conservação do leite, reduzindo ao máximo
seu nível de contaminação. Baseando-se em
três princípios: Físicos (tempo x temperatura);
Químicos (uso de reagentes químicos); Biológicos
(uso de substancias bioquímicas) para viabilizar os processos.
a)
Pasteurização: qualquer método de tratamento
térmico com temperatura inferior a 100ºC. recurso
que visa eliminar toda a flora patogênica e destruir parcialmente
a flora banal objetivando alterar ao mínimo possível
a sua estrutura física e equilíbrio químico.
MÉTODOS
DE PASTEURIZAÇÃO:
Americana (Baixa, Volumétrica, LTLT – low temperature,
long time):
Temperatura: 62 a 65ºC
Tempo: 30 minutos
Resfriamento realizado após aquecimento à 4ºC.
Equipamento: tanques providos de tampa e paredes duplas (ou serpentina
para circular o meio de aquecimento: água + vapor e/ou
resfriamento: água gelada), agitadores de hélice.
Por
ser um processo intermitente, está praticamente em desuso,
restringindo-se a pequenas instalações de processamento
de queijo e sorvete.
Vantagens:
- Não altera o sabor;
- Manter a maioria das propriedades do leite cru (exceção
da Vitamina C e da Vitamina B12).
Desvantagens:
- Processo lento (aproximadamente 60 min.);
- Descontínuo;
- Ocupa grande espaço físico;
- Dificuldade de controle;
- Maior mão-de-obra.
Rápida (Alta, Curta, HTST – high temperature, short
time)
Temperatura: 72 a 75ºC
Tempo: 15 segundos.
Resfriamento realizado após aquecimento à 4ºC
Equipamento: trocadores de calor a placas onduladas ou tubulares
que facilitam a transmissão do calor; processo contínuo
usado para grandes volumes de leite.
Vantagens:
- Processo rápido;
- Contínuo;
- Equipamento compacto;
- Possibilita o controle rígido;
- Menor mão-de-obra; não altera o sabor do leite.
Desvantagens:
- Altera ligeiramente a composição do leite provocando
maior perda de Vitamina B.
Dinamarquesa:
Utilizado na recuperação do leite de baixa qualidade.
Temperatura: 90 a 95ºC
Tempo: 2 minutos
Com este tratamento obtém-se matéria-prima para
obtenção de derivados.
Neozelandesa (Vacreação):
Destinado à recuperação de leites e cremes
de baixa qualidade. É feito com injeção direta
de vapor, o qual é recolhido após a condensação
através de um purgador juntamente com os odores estranhos.
Este tipo de tratamento elimina odores estranhos.
Radiação:
Processo de tratamento do leite que combina a ação
germicida da luz ultravioleta com a ação térmica
da luz infravermelha.
Características:
- Baixo aquecimento e ação germicida;
- Rapidez na desinfecção e limpeza dos equipamentos;
- Passagem da água fria: remoção das proteínas;
- Passagem da água quente: remoção da gordura.
Desvantagens:
- Desnaturação protéica( não significativa)
Bactofugação:
Consiste na eliminação da flora bacteriana por centrifugação
na temperatura de pasteurização rápida. É
um método caro e descontínuo.
MÉTODOS
DE ESTERILIZAÇÃO:
É um processo de tratamento pelo calor, através
do qual se consegue uma completa destruição da flora
microbiana e de seus esporos. Envolve temperaturas superiores
a 100ºC.
A destruição das bactérias não depende
exclusivamente da temperatura, mas principalmente do tempo e turbulência
do leite durante o processo. Experimentalmente têm-se os
seguintes dados relacionados á esterilização
do leite:
Temperatura
(ºC) |
Tempo |
150 |
1
segundo |
140 |
10
segundos |
135 |
30 segundos |
130 |
60 segundos |
120 |
115 segundos |
115 |
20-30 minutos |
110 |
35-40 minutos |
PROCESSOS
DE ESTERILIZAÇÃO
Uperização:
É o processo de esterilização sob pressão
no qual o leite sofre um pré-aquecimento (de 4 a 80ºC)
num tempo de 240 segundos seguido de um aquecimento rápido
de 80 a 150-160ºC, num tempo muito curto (2 a 4 segundos)
e finalmente um resfriamento brusco (30ºC/300 segundos).
Pressão de 13 atm. É um processo muito caro, porém
muito eficiente.
Autoclave:
Esterilização de leite a granel, seguindo-se a embalagem
estéril.
Em coluna:
Esterilização do leite após a embalagem.
Sistema UHT (Ultra High Temperature) – Leite Longa Vida:
Este sistema reúne as vantagens da pasteurização
(garantida das qualidades organolépticas e nutritivas)
e da esterilização (destruição da
flora esporulada) utilizando temperatura da ordem de 135ºC
a 150ºC por 2 a 3 segundos, seguido de resfriamento e envase
imediato. Neste sistema, as bactérias são destruídas
antes que haja mudança de sabor ou de cor.
Utiliza embalagem perdida (pacotes cartonados) com o acondicionamento
asséptico.
Existem dois tipos principais de UHT:
1) Direto: utiliza ação direta do vapor para fornecer
ao leite a temperatura de esterilização durante
o tempo adequado. Em seguida o leite é recebido numa câmara
de vácuo para a retirada dos odores e água condensada.
2) Indireto: utiliza troca de calor através de placas,
com desodorização posterior em câmara de vácuo.
Vantagens:
- Esterilização do leite a granel;
- Economia de espaço;
- Preservação das qualidades organolépticas
e nutritivas;
- Uso de embalagens descartáveis;
- Cobre grande área de distribuição;
- Dispensa refrigeração.
XII
– CARACTERIZAÇÃO DOS LEITES DE CONSUMO
O leite destinado ao consumo humano como já foi dito, deve
ser puro e integral ou, quando menos, estar conforme as expectativas
legais respectivas. Estas classificam o leite em três tipos
cujas características principais convém conhecer.
LEITE
TIPO A:
Entende-se por Leite Pasteurizado tipo A, o leite classificado
com o teor de gordura em integral, padronizado, semidesnatado
ou desnatado, produzido em Granjas Leiteiras (providas de estábulo,
sala de ordenha e usina de beneficiamento) de gado leiteiro mantido
sob permanente controle veterinário. Esse leite deve ser
pasteurizado imediatamente após a ordenha e acondicionamento
em garrafas ou sacos de polipropileno de fecho inviolável.
Imediatamente após a pasteurização o produto
assim processado, deve apresentar enumeração de
Coliformes a 30/35ºC menor que 0,3 NMP/mL da amostra e Contagem
Padrão em Placas de, no máximo, 1,0 x 103 UFC/mL.
LEITE
TIPO B:
Entende-se por Leite Pasteurizado tipo B o produto classificado
quanto ao seu teor de gordura como integral, padronizado, semidesnatado
ou desnatado, submetido à temperatura de 72 a 75ºC
durante 15 a 20 segundos, exclusivamente em equipamento de pasteurização
a placas e envase no menor prazo possível, sob condições
que minimizem contaminações.
Imediatamente após a pasteurização o produto
assim processado, deve apresentar enumeração de
Coliformes a 30/35ºC menor que 0,3 NMP/mL da amostra e Contagem
Padrão em Placas de, no máximo, 8,0 x 104 UFC/mL.
LEITE
TIPO C:
Entende-se por Leite Pasteurizado tipo C o produto classificado
quanto ao seu teor de gordura como integral, padronizado a 3,0%
(m/m), semidesnatado ou desnatado, submetido à temperatura
de 72 a 75ºC durante 15 a 20 segundos, exclusivamente em
equipamento de pasteurização a placas e envase no
menor prazo possível, sob condições que minimizem
contaminações. Em estabelecimentos de laticínios
de pequeno porte pode ser adotada a pasteurização
lenta “LTLT” para a produção de Leite
Pasteurizado para abastecimento público ou para a produção
de derivados lácteos, desde que o equipamento de pasteurização
a ser utilizado cumpra com os requisitos operacionais ditados
pelo Regulamento Técnico específico.
Imediatamente após a pasteurização o produto
assim processado, deve apresentar enumeração de
Coliformes a 30/35ºC menor que 0,3 NMP/mL da amostra e Contagem
Padrão em Placas de, no máximo, 3,0 x 105 UFC/mL.
PADRÕES
DO LEITE:
Características Físico-Químicas:
Requisitos |
Integral |
Padronizado |
Semidesnatado |
Desnatado |
Gordura(%)
|
Teor
Original |
3,0 |
0,6
a 2,9 |
máx.
0,5 |
Acidez,
ºDornic |
14
a 18ºD para todas as variedades de leite |
Alizarol
a 72% (v/v) |
Estável
para todas as variedades de leite |
E.S.D.
(%) |
mín.
de 8,4 |
Índice
Crioscópico |
Máximo
de –0,530ºH (-0,512ºC) |
Densidade
a 15ºC |
1.028,0
a 1.034,0 g/L. |
Caracteres
Organolépticos |
Aspecto,
cor, consistência, cheiro e sabor normais. |
Referências
Bibliográficas
ASSIS,
A. G.; CASTRO, F. G.; DUSI, G. A.; NOVAES, L. P.; ENCARNAÇÃO,
R. de O. Sistema intensivo de produção de leite
para a região de Brasília – DF. Coronel Pacheco:
Centro Nacional de Pesquisa de Gado de Leite, 1982. 38 p.
ASSIS, A.G. de. Simpósio Internacional o futuro dos sistemas
de produção de leite no Brasil. Juiz de Fora: EMBRAPA-CNPGL,
1995. 178p.
ASSIS, A.G. de. Sistema de alimentação de vacas
em produção. Coronel Pacheco: Centro Nacional de
Pesquisa de Gado de Leite, 1982. 43 p. (Centro Nacional de Pesquisa
de Gado de Leite. Documentos, 7).
BARCELOS, A.F.; KUGIZAKI, Y.; GUSS, A.; BARBOSA, M.A. Sistema
de produção de leite-EMCAPA: resultados do 2º
ano. Vitória: EMCAPA, 1986. 23 p. (EMCAPA. Documentos,
31).
BROCKINGTON, N.R.; TEIXEIRA, N.M.; ASSIS, A.G. de; VEIL, J.M.;
PÉREZ, C.A.G.; INFANZÓN, R.R.V. Modelo bioeconômico
de sistemas de produção de leite na Zona da Mata
de Minas Gerais. Coronel Pacheco: Centro Nacional de Pesquisa
de Gado de Leite, 1983. 57 p. (Centro Nacional de Pesquisa de
Gado de Leite. Documentos, 8).
COSTA, J. L. da. Sistema intensivo de produção de
leite com gado mestiço Holandês x Zebu. Juiz de Fora:
Embrapa Gado de Leite, 1999. 235 p. (Embrapa Gado de Leite. Relatório
Técnico, 7).
COSTA, J. L.; NOVAES, L. P.; MONTEIRO, J. B. N. 25 anos de produção
de leite a pasto com gado mestiço. Informe Agropecuário,
Belo Horizonte, v. 22, n. 211, p.58-65, 2001.
DESCRIÇÃO do sistema de produção de
leite a ser implantado no CNP-Gado de Leite. Coronel Pacheco:
Centro Nacional de Pesquisa de Gado de Leite, 1976. 19 p.
EMBRAPA. O sistema de produção de leite implantado
no CNP-Gado de Leite. Coronel Pacheco, MG, novembro de 1978, 55
p.
EMPRESA Brasileira de Pesquisa Agropecuária. Centro Nacional
de Pesquisa de Gado de Leite. Trabalhador na bovinocultura de
leite: manual técnico. Belo Horizonte:SENAR-AR/MG / Embrapa,
1977. 272 p.
FREIRE, W. J. Construções rurais. In: CORTEZ, L.
A. B.; MAGALHÃES, P. S. G., (ed.) Introdução
à engenharia agrícola. Campinas: UNICAMP, 1992.
p.137-144. (Série Manuais).
GARCIA-VAQUERO, E. Projeto e construção de alojamento
para animais. 2.ed. Lisboa: Litexa-Portugal, 1981. 237 p.
GOMES, A.T.; MELLO, R.P. de (Coord.). O sistema de produção
implantado no CNPGL, 3. ed. rev. amp. Coronel Pacheco: Centro
Nacional de Pesquisa de Gado de Leite, 1985. 76 p. (Centro Nacional
de Pesquisa de Gado de Leite. Documentos, 1).
GOMES, A.T.; OLIVEIRA, F.M. de; BRUZZEGUEZ, I. Desempenho do sistema
de produção de leite (CNPGL) na época das
“águas” (novembro/1977 – abril/1978).
Coronel Pacheco: Centro Nacional de Pesquisa de Gado de Leite,
1978. 10 p. (Centro Nacional de Pesquisa de Gado de Leite. Comunicado
Técnico, 2).
GOMES, K.P.L. F1 e mercado de leite orgânico: da escolha
dos animais à gestão da propriedade. In: ENCONTRO
DE PRODUTORES DE F1: JORNADA TÉCNICA SOBRE UTILIZAÇÃO
DE F1 PARA PRODUÇÃO DE LEITE, 3., 2001, Juiz de
Fora. Anais... Juiz de Fora: Embrapa Gado de Leite, 2001. p. 39-47.
GUSS, A.; AGOSTINI, J.A.E.; SOUZA, R.M. de; LOBATO NETO, J.; BARBOSA,
M.A.; SOUTO, P.R.L. Sistema de produção de leite,
implantado na Estação Experimental de Bananal do
Norte Cachoeiro de Itapemirim (ES), 2. ed. rev. mod. Cariacica:
EMCAPA, 1984. 63p. (EMCAPA. Documentos, 1).
HERMETO BUENO, C. F. Instalações para gado de leite.
Informe Agropecuário, Belo Horizonte, v.12. n.135/136,
s/ p. Mar./Abr., 1986.
KIEHL, E. J. Fertilizantes orgânicos. Piracicaba: Agronômica
Ceres, 1985. 492p.
LEMOS, A de M.; TEODORO, R.L. Utilização de raças,
cruzamentos e seleção em bovinos leiteiros. Coronel
Pacheco: Embrapa – CNPGL, 1993. 23 p. (Embrapa –CNPGL.
Documentos, 52).
LOBATO NETO, J.; SOUZA, R.M. de; CASTRO, F.G. de; YAMAGUCHI, L.C.T.
Sistema de produção de leite do CNP-Gado de Leite:
resultados econômicos e zootécnicos do período
de novembro/1981 a outubro/1982. Coronel Pacheco: Centro Nacional
de Pesquisa de Gado de Leite, 1983. 16 p. (Centro Nacional de
Pesquisa de Gado de Leite. Documentos, 10).
MADALENA, F.E.; LEMOS, A.M.; TEODORO, R.L.; BARBOSA, R.T.;MONTEIRO,
J.B.M. Dairy production and reproduction in Holstein - Friesian
and Guzera crosses. Journal of Dairy Science, Champaign, v. 73,
n. 7, p. 1872-1886, 1990.
MATTOS, W. R. S. Sistemas de estabulação livre para
bovinos. In: SIMPÓSlO SOBRE PECUÁRlA LEITEIRA, 1,
1977, Águas da Prata. Anais... Campinas: Fac. Med. Vet.
e Zoot. USP, 1977. p.123-139.
MELO FILHO, G.A. de.; CASTRO, F. G. de; LOBATO NETO, J.; SOUZA,
R.M. de; TEIXIERA, N. M. Sistema de produção de
leite no CNP-Gado de Leite: resultados zootécnicos e econômicos
do período de novembro/80 a outubro/81. Coronel Pacheco:
Centro Nacional de Pesquisa de Gado de Leite, 1982. 16 p. (Centro
Nacional de Pesquisa de Gado de Leite. Documentos, 4).
MINISTÉRIO DA AGRICULTURA. Normas técnicas e higiênico-sanitárias
para produção de leite tipo “B”. [s.l.]:
SNAD-SIPA/DILEI, 1984. 24p.
NASCIMENTO, J.; LEME, P. R.; FREITAS, M.A.R.;MONTAGNINI,M.I.;FREITAS,
E. A. N. de; SILVA, L. R. M. da. Zoneamento ecológico da
pecuária bovina do Estado de São Paulo. Boletim
Indústria Animal, São Paulo, v. 32, n. 2, p. 185-237,
1975.
NOVAES, L.P. Produção de leite com gado mestiço
a pasto; um modelo físico. Informe Agropecuário,
Belo Horizonte, v. 16, n. 177, p.28-39, 1993.
NOVAES, L.P.; COSTA, J.L.; SÁ; W.F.; STOCK, L. A; TEIXEITRA,
S.R.; BOTREL, M.A; CAMPOS, A T.; MONTEIRO, J.B.N. Evolução
e sustentabilidade de um modelo físico de sistema intensivo
de produção de leite a pasto com gado mestiço
Holandês x Zebu. In. REUNIÃO ANUAL DA SOCIEDADE BRASILEIRA
DE ZOOTECNIA, 38. 2001, Piracicaba, SP. Anais ... Brasília,
DF: Sociedade Brasileira de Zootecnia, 2001. p.1488-1489.
ORIENTAÇÕES básicas para elaboração
de sistemas de cultivo e sistemas de criação em
meio impresso. Brasília:Embrapa Informação
Tecnológica, 2002. Disponível em ftp://zornia.sct.embrapa.br/sistemasdeproducao/.
PEIXOTO, R. T. dos. Compostagem: opção para o manejo
orgânico do solo. Londrina: IAPAR, 1988. 48p. (IAPAR. Circular,
57).
PRIMEIRA aproximação do sistema de produção
de bovinos em várzeas úmidas – Pinheiral –
Município de Piraí – RJ. Niterói: PESAGRO,
1983. 36 p. (PESAGRO. Circular Técnica, 7).
RUAS, J. R. M.; MARCATTI NETO, A.; FERREIRA, J.J. Organização
e gestão da pecuária bovina da Epamig. In: VALENTE,
J.; DURÃES, M.C.; MARTINEZ, M.L.; TEIXEIRA, N.M. (Ed.)
Melhoramento genético de bovinos de leite. Juiz de Fora:
Embrapa Gado de Leite, 2001. p. 87-92.
SERPA, A. Subsídios para um sistema de produção
de leite em pastagens. Niterói: PESAGRO, 1983. 28 p. (PESAGRO.
Circular Técnica, 6).
SILVA, H. C. M. da. Instalações e manejo do gado
leiteiro. In: CURSO DE PECUÁRIA LEITEIRA, 2, 1970, Belo
Horizonte. São Paulo: A.P.N.L., 1970. p.122-135.
SISTEMA de produção para gado de leite. Porto Velho:
EMBRATER; Embrapa, 1980. 42 p. (Sistema de Produção.
Boletim, 219).
SISTEMA intensivo de produção de leite. Coronel
Pacheco: Centro Nacional de Pesquisa de Gado de Leite, 1996. Folder.
SISTEMAS de produção para bovinocultura leiteira.
Batalha, AL: ANCAR; CODEVASF; Embrapa, 1975. 42 p. (Embrapa. Circular,
74).
SISTEMAS de produção para bovinocultura leiteira.
Eduardo Gomes, RN: Embrapa, 1975. 54 p. (Embrapa. Circular, 85.
SISTEMAS de produção para gado de leite. Bacabal,
MA: Embrapa, 1976. 23 p. (Embrapa. Circular, 118).
SISTEMAS de produção para Gado de Leite. Vitória
da Conquista: EMBRATER; Embrapa, 1977. 33 p. (Sistemas de Produção.
Boletim, 70).
SISTEMAS de produção para gado leiteiro. Santa Catarina:
EMBRATER; Embrapa, 1978. 93 p. (Sistemas de Produção.
Boletim, 122).
SOUZA, R.M. de.; LOBATO NETO, J. Sistema físico de produção
de leite no CNP -Gado de Leite: análise qüinqüenal
dos resultados zootécnicos e econômicos referentes
ao período de novembro/77 a outubro/82. Coronel Pacheco:
Centro Nacional de Pesquisa de Gado de Leite, 1986. 33 p. (Embrapa
CNPGL. Documentos, 28).
SOUZA, R.M. de; YAMAGUCHI, L.C.T.; MELO FILHO, G.A. de. Sistema
de produção de leite no CNP-Gado de Leite: resultados
zootécnicos e econômicos do período de novembro/1979
a outubro/1980. Coronel Pacheco: Centro Nacional de Pesquisa de
Gado de Leite, 1981. 16 p. (Centro Nacional de Pesquisa de Gado
de Leite. Documentos, 2).
SOUZA, R.M. de; YAMAGUCHI, L.C.T.; MELO FILHO, G.A. de; OLIVEIRA,
F.M. de. O sistema de produção implantado no CNP-Gado
de Leite. 2a ed. Coronel Pacheco:Centro Nacional de Pesquisa de
Gado de Leite, 1981. 39 p. (Centro Nacional de Pesquisa de Gado
de Leite. Documentos, 1). Com plantas e formulários.
TEIXEIRA, N. M. Raças e tipos In: VALENTE, J.; DURÃES,
M.C.; MARTINEZ, M.L.; TEIXEIRA, N.M. (Ed.) Melhoramento genético
de bovinos de leite. Juiz de Fora: Embrapa Gado de Leite, 2001.
p. 71-78.
TEODORO, R.L.; MADALENA, F.E.; LEMOS, A de M.; VERNEQUE, R. da
S.; MARTINEZ, M.L. Cruzamento tríplice de raças
leiteiras: avaliação de cruzamento de Jersey e Pardo-Suíço
com vacas girolando. Informe Agropecuário, Belo Horizonte,
v. 22, n. 221, p. 7-10, 2001.
TEODORO, R.L.; MARTINEZ, M.L.; PIRES, M. de F.; VERNEQUE, R. da
S. Cruzamentos. In: VALENTE, J.; DURÃES, M.C.; MARTINEZ,
M.L.; TEIXEIRA, N.M. (Ed.) Melhoramento genético de bovinos
de leite. Juiz de Fora: Embrapa Gado de Leite, 2001. p. 89-104.
VILELA, D. Leite: sua importância econômica, social
e nutricional. Minas de Leite, Juiz de Fora, v.3, n. 2, p.
17-18, 2002. AGUIRRE, J. de. Mini estábulo. In: SIMPÓSIO
SOBRE MANEJO DE BOVINOS NO
TRÓPICO, 4, 1981, Botucatu. Anais... Piracicaba: FEALQ,
1982. p. 104-109.

|